segunda-feira, 23 de março de 2009

CUBA - HAVANA








































CUBA - QUE PAÍS É ESSE?

Nos perguntávamos antes de ir. Mas realizamos o desejo de conhecer. Porque é preciso ver pra crer!

Nos perguntamos enquanto estivemos lá. Desejamos entender, conversando com muita gente. Porque é preciso comprovar que tudo aquilo existe!

E continuamos a nos perguntar. Onde vai parar? Será que um dia muda? Porque queremos o melhor também para os outros!

Socialismo que significa, entre outras coisas, igualdade. A bandeira expressa sentimentos e tem seus significados. Mas nós, de fora, temos o direito de duvidar, certo? O povo nao reclama de nenhuma perda, afinal nunca "ganharam" nada. Nao se pode perder aquilo que nunca se conquistou. Entao, aparentemente, sao todos bem felizes.

Ainda no vôo, conhecemos o brasileiro Rossandro e o cubano Orlay, que nos ajudaram com mil informacoes ... Achamos que somos expertos, afinal vivemos em SP; achamos que somos experientes viajantes, afinal rodamos a américa; achamos que, por termos dinheiro, podemos comprar; achamos que sabemos "hablar español" mas nao entendemos a língua do "nao tem".

Por isso, humildemente, buscamos e aceitamos auxílio. Porque Cuba é difícil. Bem difícil. Nao tem comida. Nao tem carro. Nao tem placa nas estradas. Nao tem internet. Nao tem uma moeda única. Nao tem construcao que pare de pé. Nao tem dinheiro no bolso. Portanto, com paciência e tolerância máxima, fomos nos virando.

Eles amam conversar porque têm "fome" de conhecimento. Andamos pelas ruas e, a cada 50 metros, fomos parados para, simplesmente, bater um papo. Assim eles nao só aprendem alguma coisa mas, também, mostram que sabem muito.

Cubanos adoram brasileiros, em particular, pois somos famosos por lá, principalmente, por causa das nossas novelas. Elas "passam" 3 vezes por semana, alternadas com outras, mas as novelas brasileiras sao as preferidas e tao esperadas. E ainda se pode escolher o horário para assistir, pois quem trabalha de manha, pode ver a noite, e vice-versa.

A Dona Caridade, uma senhorinha que puxou conversa com o Léo dentro do "mercado", quis praticar conosco algumas palavras em português, afinal aprende a língua pela televisao. Num mês ensinam Russo; em outro, Italiano; e por aí vai.

Ela tentou se matricular num curso mas disse que davam preferência para os mais jovens e que nao tinha vaga pra ela. Tadinha! Nos escreveu seu endereco, pedindo pra mandarmos cartoes postais, escritos em português, é claro, assim ela treina e se distrai, pois vive sozinha e nao tem com quem conversar.

Uma campanha do governo de Fidel, logo que assumiu o posto, foi a erradicacao do analfabetismo ... que maravilha, nao? Deu certo! Todos vao às aulas e tem acesso a muita cultura, esportes, música e lazer. Mas nao fazem nada com o que sabem! Hoje em dia as criancas ficam na escola durante 2 periodos, obrigatoriamente.

E como inspiracao da novela brasileira VALE TUDO, em que Regina Duarte inaugura seu próprio restaurante de nome "Paladar"; os cubanos comecaram a abrir as portas de suas casas e oferecer refeicoes simples, a precos populares. O governo oficializou, entao, esse tipo de negócio como PALADAR.

E lá fomos nós, conferir. Infelizmente, nosso parecer nao é dos melhores. Foi "comível" porque nao tínhamos outra opcao na noite em que chegamos. Os funcionários dos hotéis levam turistas e recebem sua comissaozinha. E de migalha em migalha, eles ganham alguns trocados.

A economia toda está nas maos do governo. Os assalariados ganham mensalmente o equivalente a 15 dólares, aproximadamente, nao importando se é medico ou varredor de rua. Inacreditável. Mas é verdade. Vimos isso de perto e comprovamos conversando com diversas pessoas, em diferentes lugares, de diferentes profissoes.

Apenas aqueles que trabalham com turismo, tem alguma chance de faturar um dinheirinho a mais. Jogadinhas espertas lhes proporcionam, de vez em quando, uma "propinita" (gorgetinha).

O recepcionista do hotel nos oferece um "drink como cortesia da casa", a garconete nos deixa um colarzinho de conchas na mesa do café da manha como "presente", entre outras, o que nos obriga a deixar 2 CUC's aqui, 3 CUCś ali ...

Mesmo assim eles nao pensam no futuro. Vivem um dia após o outro. Porque nao existe nenhuma expectativa de crescimento, desenvolvimento, melhoria ... Simplesmente, se ganham alguma coisa dos parentes que vem de fora, trazendo dinheiro ou malas e mais malas cheias de mercadoria, eles gastam tudo, usam as roupas, nao guardam, nao vendem, nao poupam.

CUP (Peso Cubano) é a moeda local, que circula nas maos do povo.
CUC (Peso Conversível) é o dinheiro que circula nas maos de turista e de negócios como aluguel de carro, hotéis, restaurantes e compras (supérfluas).

1 CUC = 24 CUP's

As empresas, que sao todas do governo, recebem tudo em CUC. Porém, pagam todas as suas despesas em CUP. E o dinheiro caro, que lá deixamos, nao volta pras maos de ninguém, a nao ser pra conta corrente do governo.

Fácil, né?

A prostituicao rola solta. E a prática do "jineterismo" é vista com frequência pelas ruas de Habana Vieja, principalmente. Um homem "jineteiro" é aquele que se "encosta" em uma estranjeira a fim de, no mínimo, comer num bom restaurante, ganhar um presentinho ou, até, quem sabe, casar-se para fugir do país. E mulheres "jineteiras" fazem o mesmo, exibindo seus corpos e rebolando pela cidade, à luz do dia. Ambos, sempre, com sorriso no rosto, mas sem nenhum tostao no bolso.

Tudo deve ter sido grandiosamente rico, no passado, mas o país parou no tempo. Nada evoluiu. Nadinha! As pouquíssimas lojas que existem sao fracas, só tem coisa feia pra vender.

Supermercado? O que é isso?
Farmácia? Rodamos 2 dias pra conseguir água oxigenada! Um absurdo!

Mercadinhos com prateleiras vazias, sim! Mercados populares onde, as vezes, só se encontra, por exemplo, tomate. E mais nada. Paramos pessoas na rua pra perguntar onde conseguiram a proeza de comprarem macas, pois rodamos alguns dias e nao encontramos.

Depois de um furacao que devastou plantacoes, no final de 2008, nao existe mais banana no país. Uma das poucas frutas que se pode encontrar com facilidade é o abacaxi. E olhe lá!

Arquitetura rebuscada, construida numa época remota, bem remota. Tudo deixado aos cuidados do tempo, unicamente. Até parece que a cidade acabou de ser bombardeada, pois tudo está em ruínas. Nao há rede de esgoto ou elétrica que aguente tantos anos sem nenhum reparo.

Obras nao acontecem. Sao apenas pequenas "gambiarras" que, às vezes, se faz em algum cantinho. Mas nao se ve gruas, escavadeiras, andaimes, etc ... por lugar nenhum.

BEM. Nessa etapa da nossa viagem, o "6a2" virou agência de turismo e, entao, a história passou a se chamar FAMÍLIA BUSCAPÉ NO PAÍS DO FIDEL (porque o país é inteirinho dele e nao do povo).

Finalmente, depois de 5 meses de separacao total entre a gente e os nossos queridos todos, pudemos matar uma parte das saudades, pois encontramos papi e mami (ou sogro e sogra) que nos ajudariam a desbravar o misterioso lugar.

Lembra do ditado "quem nao tem cao caca com gato"? Pois é. Para fazermos o cartaz de espera dos 2 no aeroporto, tivemos que improvisar, obviamente! Que computador, que nada! Impressora? O que é isso? Foi na base da cartolina e de canetinha colorida mesmo!

E com eles fizemos o tradicional, com um pouquinho de aventura de mochileiro, é claro. Até de ônibus de city tour passeamos para dar uma "geral" pela cidade.

O MALECÓN é o "calcadao" que beira o mar revolto. Bonito pela orla, mas sem nenhum atrativo turístico, afinal os prédios do outro lado da avenida estao praticamente caindo!

Em compensacao, em se tratando de atrativo turístico, nao há nada mais especial do que monumentos vivos como as mulheres com suas vestimentas típicas, tragando seus charutos do tipo trabuco! Fantástico.

Obviamente que essas fotos nao saem de graca. Essa é uma das poucas maneiras que as pessoas encontram para ganharem qualquer coisa. Alguns lhe pedem 1 CUC. Outros lhe pedem "un regalo".

Pode ser um sabonete, remédio, revistas de artistas... impressionante como eles se contentam com o que, as vezes, pra nós, é lixo! Juntamos um montao de sabonetinho e shampoo de hotel e, no último dia, demos tudo pra uma dessas mocas.

Mas serve qualquer coisa. Uma delas nos escreveu seu endereco e pediu pra mandarmos, por correio, revistas com foto do Rodrigo Santoro e do Antonio Fagundes. Pode?

E por falar em CHARUTO, o tabaco é um dos maiores negócios da economia cubana, além do RUM. Fomos até uma fábrica, com o intuito de conhecer o processo, mas desistimos pois o "aroma" era insuportável! Quem sabe na próxima encarnacao.

Outro fato interessante é que, depois de nos perdermos várias vezes, procurando uma forma de chegar num endereco, descobrimos que as ruas dos bairros como VEDADO, nao tem placas nas paredes. Sao blocos de concreto no chao. Bem diferente, mas nada eficaz.

Visitamos, naturalmente, o CAPITÓLIO. De construcao imponente, o segundo ponto mais alto da cidade tem uma linda cúpula, uma enorme estátua de ouro, uma réplica de diamante (o original está adivinha com quem?) que determina o marco zero da rodovia que atravessa todo o país, todo o piso em mármore, além de centenas de salas "oficiais" preservadas para visitacao (mas sem nenhuma funcao atual).

Fomos também a Plaza de La Revolucion que, apesar de nao ter nenhuma beleza arquitetônica, é grandiosa e tem enorme importância política.

De um lado, o Monumento de José Marti, figura histórica e heróica para Cuba. A torre, com 190 m de altura, é o ponto mais alto de LA HABANA, de onde se vê toda a cidade, inclusive grandes avenidas e prédio menos velhos, onde funcionam empresas de maior porte, além de todos os órgaos governamentais. Observe o estacionamento onde só tem LADA (marca russa de carros)!

De outro lado, o prédio do Ministério das Financas, com sua fachada decorada com uma escultura da silhueta de Che Guevara, revolucionário e guerrilheiro, famoso em quase todos os países da américa, por sua coragem e por seus ideais socialistas.

Nenhum comentário: